quarta-feira, 16 de março de 2011

Excalibur

  A poeta está muito alegre. O motivo é a atenção recebida pela sua postagem anterior. Vários elogios foram feitos. Alguns aparecem no blog e no Facebook, e conto ainda com aqueles recebidos por MSN, os quais guardo no meu acervo particular, minha memória.
  Os escritores sabem o quanto é difícil divulgar seu trabalho quando estão no começo de sua trajetória. Boa literatura vende pouco no Brasil. E minha situação é especialmente complicada, pois faço versos. É frustrante saber que sites com conteúdo superficiais e emburrecedores têm mais seguidores e comentários que espaços culturais de qualidade, como o meu blog.
  Entretanto, agora a situação começa a mudar. Ainda sou bem desconhecida, eu sei, mas a repercussão de meus textos está crescendo. Isso me incentiva a continuar a usar minha Excalibur.
   Não me refiro aqui à legendária espada do Rei Arthur, mas a uma linda caneta que ganhei de Natal. Embora não tenha ainda gastado nem uma gota de sua tinta, posso dizer que utilizo sim esse precioso instrumento, pois ela é um símbolo do meu trabalho de escritora.
   Espero dar autógrafos e escrever lindas dedicatórias com ela no futuro, nas noites de celebração das minhas batalhas vencidas com essa imponente espada, que me ajudará a mostrar ao mundo o encantamento das minhas palavras.
   Dedico os versos seguintes, que merecem ser lidos muitas vezes, ao cavalheiro que me presenteou a Excalibur.

      
Sopro de água


Minha pena dança sobre o alvor do papel
e nas palavras encontro o meu refúgio;
tirando dos meus olhos todo o pranto,
afogo-me de novo em um mar turvo.


Oh, pobre sofrimento inconstante,
que me mata e me deleita como a uma rainha,
pois, se da dor tiro eu esperanças,
de teu ventre geras alegria!


E somente quem se empenha, de todo,
na graciosa arte de escrever
sabe que o lodo pode ser perfume
ao mesmo tempo, mas a diferente ver.


E esta abundância que explode em minh’alma,
de belas rosas de emoções distintas,
dá-me sempre uma fugaz certeza:
hei de ser eternamente serva e rainha.

terça-feira, 8 de março de 2011

Feliz aniversário atrasado!

 Meus leitores, mais uma vez desapareci e reapareci por aqui. Deixei-os com o encantador mundo nosso de cada dia, e me entreguei a lapidar versos e pensamentos, viajar para uma terna cidade mineira, sair com os amigos e adoecer. Nada disso é, entretanto, pretexto para não ter ressurgido aqui antes, por ocasião do aniversário deste blog. "O livro está na mesa" completou um ano em 12 de fevereiro, e agradeço a seus poucos e bons leitores, tanto aos antigos quanto aos recentes.
  Esta mesa literária é ainda pequena, mas já cresceu e estou feliz com as críticas que tenho recebido de meu público, não só dos seguidores como dos outros visitantes. Até aqueles que se mantêm em silêncio são importantes, pois estão presentes com o seu apoio, mesmo que já tenham discordado de mim. De alguma forma, todos os meus leitores encontraram um bom recanto artístico aqui, ainda que imperfeito.
   Continuarei a divulgar este blog, e reitero as promessas que fiz: novos poemas meus e prosas minhas para este espaço querido. Deixo de presente, para relembrar, "Bela Balada", que muitos de vocês ainda não tiveram a chance de ler, e que foi um dos primeiros com que inaugurei as páginas desse livro virtual (mas, nem por isso, menos real).


Bela Balada

 

Fazer sentir o vibrar da emoção,
e ser eterno o fugidio lampejo,
perenizar o bater do coração,
iluminar a luz de um triste beijo,


Enevoar o mundo na boa bruma
que se assemelha ao soprar do vento;
diferenciar cada um dos mil arquejos,
fantasmas com a corrente do tormento.


Nas palavras, pouco a pouco, construir
etéreo e diáfano refúgio,
de onde se veja o mundo com clareza
e onde se possa abrigar contra o Dilúvio.

 
Aprisionar emoções, momentos, não é esse o meu intento,
a intenção do poeta é a expansão;
Permitir, humilde, as sensações ocultas em suas palavras,
como uma música, viver em eterno movimento,
graça estrelar e, principalmente, transmutação.