sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Bela Balada

Por que não fazer o caminho inverso? Vou desrespeitar a cronologia e colocar primeiro o último poema do meu livro. Afinal, o tempo deve servir à Arte! Carpe diem.

Bela Balada

Fazer sentir o vibrar da emoção,
e ser eterno o fugidio lampejo,
perenizar o bater do coração,
iluminar a luz de um triste beijo,

Enevoar o mundo na boa bruma
que se assemelha ao soprar do vento;
diferenciar cada um dos mil arquejos,
fantasmas com a corrente do tormento.

Nas palavras, pouco a pouco, construir
etéreo e diáfano refúgio,
de onde se veja o mundo com clareza
e onde se possa abrigar contra o Dilúvio.

Aprisionar emoções, momentos, não é esse o meu intento,
a intenção do poeta é a expansão;
Permitir, humilde, as sensações ocultas em suas palavras,
como uma música, viver em eterno movimento,
graça estrelar e, principalmente, transmutação.

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