domingo, 14 de fevereiro de 2010

Evoé, Baco! Evoé, Momo! Evoé, Vênus! Evoé, Musa!

O livro está na mesa e o bloco está na rua! Carnaval chegou!
Evoco aqui Momo, Baco, Vênus, e a Musa da Poesia, os deuses do Carnaval. E evoco também o bardo Manuel Bandeira, que louvou a festa da carne em um belo poema chamado "Bacanal". Por que não colocar aqui o meu poema "A festa" ao lado de "Bacanal"? Essa será a minha oferenda aos deuses da folia, às escolas de samba, aos blocos de rua, a todos os foliões, aos mihares de arlequins, colombinas, pierrots, ninfas bacantes, anjos, diabos, índios, enfermeiras, doentes, noivas, piratas...!

A festa

Sorriam, todos vocês,
esta é a nossa festa!
Bebam quanto quiserem,
apreciem nossas bandas e orquestras.

Se vamos tocar valsa, meu senhor? Oh, não!
Se haverá o minueto francês? Absolutamente!
A erudição é um fantasma,
e a alegria, uma bela demente.

Não, não temos champagne francês,
nem vodka russa, eu lamento.
Bebam nossa cachaça
para acabar com o vosso tormento.

Esta noite será como uma estrela eterna,
como um fogaréu crepitante e vivo
que nunca se desfará em cinzas.
Esta noite é o cálice
da mais nobre alegria.


Bacanal

Quero beber! cantar asneiras
No esto brutal das bebedeiras
Que tudo emborca e faz em caco...
Evoé Baco!

Lá se me parte a alma levada
No torvelim da mascarada,
A gargalhar em doudo assomo...
Evoé Momo!

Lacem-na toda, multicores,
As serpentinas dos amores,
Cobras de lívidos venenos...
Evoé Vênus!

Se perguntarem: Que mais queres,
Além de versos e mulheres?...
_ Vinhos!... o vinho que é meu fraco!...
Evoé Baco!

O alfange rútilo da lua,
Por degolar a nuca nua
Que me alucina e que eu não domo!...
Evoé Momo!

A Lira etérea, a grande Lira!...
Por que eu extático desfira
Em seu louvor versos obscenos,
Evoé Vênus!

Evoé a todos!

Nenhum comentário:

Postar um comentário