quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Sombra libertina

A quarta-feira de cinzas está aqui. Mas por que se concentrar na tristeza e na saudade deixadas pelo fim do Carnaval? Agora que a festa da carne acabou, é hora de voltar para o mundo real e tentar mudá-lo, melhorá-lo. É essencial ter esperança na capacidade humana de transformar o meio. Com esse espírito, coloco aqui alguns versos:

Sombra libertina

Ao longe, na rua deserta
uma sombra no chão se firma
o Sol, o Céu e a Terra
sorriem para a tal libertina
que dança no asfalto, sem preocupação
os movimentos são poesia
a mais pura do coração
e seu dono, que viu que o Sol
para a sua sombra sorria,
pôs em movimento novamente
a querida sombra libertina
e a Manhã suspirava, e consigo dizia:
A libertinagem é o raiar
de um novo dia.
Deus abençoe essa sombra libertina!

Mas os homens que eram conservadores
e não viam a beleza da vida
(pois em suas vidas não havia amores)
censuravam a dançarina.
Achavam que a sombra
só por ter alegria
afrontava o universo róseo
que alguém um dia construíra.
E o Sol, o Céu e a Terra
com a Manhã concordavam, que dizia:
Deus abençoe essa sombra libertina!

E a sombra e o seu dono
não pararam de dançar
no asfalto das ruas às doces melodias.
E as Árvores, o Campo, o Verde
concordavam com a Manhã, que dizia:
A sociedade precisa
de mais sombras libertinas!

2 comentários:

  1. Meu verso favorito?
    "Deus abencoe essa sombra libertina"
    Pois mistura sacro e profano!!!!!!!
    Vc tem twitter?
    Siga-me www.twitter.com/carolinamarx

    Küssen!!!

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  2. Oi, Carol,
    obrigada pelo seu comentário. Que bom que você gostou do poema! Continue comentando =)
    Beijos pra você também.

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